domingo, 3 de maio de 2009

.roteiro - personagem: os perpétuos

Depois de Noah, os personagens principais de Spectro Vital são Os Sete Perpétuos. Como já falei algumas vezes aqui no blog - na parte de conceito e na idéia principal do enredo do game - os Perpétuos estarão presentes no game em forma de estátuas, que vão aparecer de duas em duas, ao final de cada desafio, dentro de cada universo das Árvores Vitais.

Com a morte das Árvores Vitais, por consequência do coma de Noah, acontece um desequilibrio em Sonhar. E para trazer esse equilíbrio de volta ao Mundo e a seu próprio corpo, Noah deve passar pelos desafios que Os Perpétuos lhe passam, de dois em dois. Ao vencer os desafios, o garoto encontrará ao fim dos mesmos, duas estátuas dos Perpétuos com um Spectro de luz. Coletando esse Spectro o garoto consegue finalmente reviver a respectiva Árvore Vital, trazendo um pouco mais de cor para a sua alma novamente.



Da esquerda para a direita estão os seguintes Perpétuos: Desejo, Desespero, Destino, Sonho, Morte, Delírio e Destruição. A imagem anterior será usada como referência na modelagem das estátuas do jogo. Mas no caso dessa ilustração, ela foi feita por CrisVector, não possuimos os direitos autorais da mesma, mas entramos em contato com o ilustrador e ele nos autorizou usá-la como referência dos modelos em 3D.

Há muito é dito que os Perpétuos são uma família de sete entes conceituais, descritos como "idéias envoltas em algo semelhante à carne". Eles existem porque seres vivos inteligentes sabem que eles existem. Diversas religiões politeístas da Terra os consideravam como deuses. Na Grécia antiga, por exemplo, viam Sonho como Morpheus, o Deus do Sono.

Mas os Perpétuos não são deuses, pois estes deixarão de existir quando seus adoradores e aqueles que lembram deles morrerem, enquanto os sete irmãos sobreviverão. Aliás, Perpétuos é uma denominação incorreta, porque mesmo todos tendo se originado há muito tempo, seis da família serão removidos deste plano dimensional pelo sétimo, a Morte.

Os Sem-Fim (como também são conhecidos) vivem em seus próprios reinos astrais, que não são lugares físicos, mas realidades criadas pela consciência dos seres vivos. Cada um deles possui um signo e uma galeria, na qual existem retratos dos sete. Mortais são capazes de perceber apenas aspectos dessas entidades, uma vez que elas podem aparecer em diversas manifestações.

Se um Perpétuo for morto, ele poderá reaparecer vivo em outra forma de si mesmo, possivelmente com uma personalidade ligeiramente mudada.

Um mortal percebe os Sem-Fim de acordo com sua própria formação cultural, ou espécie. Porém, cada um dos Perpétuos, exceto Desejo, apresenta-se sempre no mesmo aspecto sexual: Morte como uma fêmea e Sonho como macho, por exemplo.

Cada Perpétuo possui uma personalidade diferente, o que os caracteriza diretamente em suas aparências. Porém, em nosso projeto, os Perpétuos serão representados por estátuas de pedra que estarão espalhados de dois em dois pelos cenários, em cada um dos desafios. O único Perpétuo que terá um papel diferente do que o de estátua no jogo, será o Sonho, ou também conhecido como Morpheus.

DESEJO
Só há uma coisa pra se ver no reino crepuscular de Desejo. É o que se chama limiar, a fortaleza do Desejo. Desejo sempre morou no limite. O limiar é maior do que podemos imaginar. É uma estátua de Desejo, ele ou ela própria. - Desejo nunca se satisfez com um único sexo. Ou apenas uma de qualquer coisa. Exceto, talvez, o próprio limiar.

O limiar é um retrato do Desejo, completo em todos os detalhes, erguido, a partir de seus caprichos, com sangue, carne, osso e pele. E, como toda verdadeira cidadela desde o início dos tempos, o limiar é habitado. O lugar só tem um ocupante neste momento. O Desejo dos Perpétuos.

O limiar é grande demais para apenas uma pessoa. Contém dois tímpanos maiores que uma dúzia de salões de baile. E veias vazias e ressonantes como túneis. É possível andar nelas até envelhecer e morrer sem passar novamente pelo mesmo lugar. Entretanto, dado o temperamento de Desejo, só há um lugar em toda a catedral de seu corpo que lhe serve como lar.

Desejo mora no coração. É improvável que qualquer retrato consiga fazer jus a Desejo, pois vê-la - ou vê-lo - seria o mesmo que amá-lo - ou amá-la -apaixonadamente, dolorosamente, até a exclusão de tudo o mais.

DESESPERO
Desespero, irmã gêmea de Desejo, é rainha de seu próprio domínio sombrio. Diz-se que, dispersas pelo reino de Desespero, há uma infinidade de pequenas janelas penduradas no vazio.

A cada janela aberta uma cena diferente se revela. Em nosso mundo, a vista é um espelho. Assim, quando você fita seu próprio reflexo e nota os olhos de Desespero sobre si, é fácil senti-la agarrando e apertando seu coração.

Sua pele é fria e pegajosa. Seus olhos são da cor do céu, naqueles dias cinzas e úmidos que desbotam o significado do mundo. Sua voz vai pouco além de um sussurro. E, embora ela não tenha odor, sua sombra é almiscarada e pungente, tal qual a pele de uma cobra.

DESTINO
Destino é o mais velho dos Perpétuos. No início havia a Palavra e, ela foi escrita à mão na primeira página de seu livro, antes mesmo de ser pronunciada. Para os olhos mortais, Destino é, também, o mais alto dos Perpétuos.

Alguns crêem que ele seja cego, enquanto outros, talvez mais sabiamente, alegam que ele tenha viajado além da cegueira e que, na verdade, não possa ver nada, exceto "enxergar" os finos traçados espirais das galáxias no vazio, observando os intricados padrões da vida em sua jornada através do tempo.

Destino cheira a séculos e a pó, um odor que não é desagradável, e, em suas mãos, sempre traz um livro, preso ao seu pulso. Sua voz é como o farfalhar de velhos pergaminhos numa biblioteca, tarde da noite, quando as pessoas foram para casa e os livros começam a ler a si mesmos.

Ele caminha eternamente por seu jardim, onde, sempre no ponto em que ele se encontra, podem ser vistas várias trilhas por onde ele poderá seguir, mas, sempre, apenas uma por onde ele veio.
Ele não deixa pegadas. Ele não projeta sombra.

SONHO
O Sonho sim é um verdadeiro enigma. Neste aspecto - e nós percebemos somente detalhes dos Perpétuos, como enxergamos a luz através da minúscula faceta de uma enorme e impecavelmente lapidada pedra preciosa - ele é magro e esguio, com pele tão pálida quanto a neve que cai.

Sonho acumula nomes para si da mesma forma que outros fazem amigos. Mas pouquíssimos são os que recebem tal título.

De todos os Perpétuos, exceto Destino, ele é o mais consciente e meticuloso na execução de suas responsabilidades. Quando a conveniência se faz necessária, Sonho projeta uma sombra humana.
Dentre os muitos nomes a ele atribuídos, podemos citar: Sandman, Morpheus, Oneiros, Moldador, Kai'Ckul e vários outros em línguas já esquecidas.

E após toda uma era com o Mestre dos Sonhos a nos guiar por seu reino de fantasia, nos deparamos com um novo aspecto do Sonho. Aquele que antes era Daniel Hall, uma criança gerada no Sonhar, depois que o Mestre dos Sonhos foi preso na terra, transfigura-se e assume o seu lugar como Sonho dos Perpétuos.

MORTE
Diferentemente do que se esperava, ela não foi concebida por Gaiman como uma figura sombria e fria, um 'esqueleto com uma foice', mas sim como uma bela garota, que se veste como uma punk, e que sempre nos passa muito otimismo e alegria, apesar do fardo que é o seu "trabalho".

Ela traz sempre consigo seu símbolo: o Ankh. O Ankh é um símbolo muito antigo, derivado da cultura egípcia. Ele era encontrado sempre nos hieróglifos, sendo segurado pelas divindades egípcias como se fosse uma chave, o que nos remete ao seu significado como "a chave dos portões que separam a vida e a morte", já que estes desenhos eram muito comuns em pirâmides mortuárias dos faraós.

Morte acompanha a cada mortal duas vezes na vida: no nascimento, ela nos fala, mas não lembramos o que ela diz, não se sabe o porquê, e na morte, ela nos guia ao descanso eterno.

DELÍRIO
Delírio é a mais jovem dos Perpétuos. Ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardias e couro velho.
Seu reino é próximo, e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, porém, não foram feitas para compreender seu domínio, e os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos.

Sua aparência, um amontoado de idéias vestidas no semblante da carne, é a mais variável de todos os Perpétuos. A forma e o contorno de sua sombra não têm relação com a de nenhum corpo que esteja usando. Ela é tangível como veludo gasto. Delírio tende a se tornar borboletas ou peixes dourados, agora e sempre.

Alguns dizem que a grande frustração de Delírio é saber que, apesar de ser mais velha que as estrelas e mais antiga que os deuses, ela continua sendo, eternamente, a mais jovem da família, pois os Perpétuos não medem tempo como nós nem vêem mundos através de olhos mortais.

Um dia, Delírio também foi Deleite. E, embora isso tenha sido há muito tempo, ainda hoje seus olhos têm matizes diferentes: um é verde-esmeralda bem vivo, salpicado de pontos prateados; o outro é do mesmo azul que esconde sangue dentro de veias mortais. Ela vê o mundo de sua própria e única visão. Os Perpétuos acreditam que apenas Delírio sabe porque ela mudou.

DESTRUIÇÃO
Destruição, que refere-se a si mesmo como 'a ovelha negra da família', é o membro dos Perpétuos que nos traz à conclusão de que talvez eles não sejam realmente necessários. Podemos vencer as dificuldades sem que eles nada façam. Segundo ele, os Perpétuos não têm o direito de interferir com as nossas vidas. Nós somos capazes de conduzi-las.

Ele tenta ser criativo, como tem mostrado em suas "vidas" longe dos Perpétuos. Um construtor, um artista, um trabalhador, um chefe, Destruição passa todo o seu tempo construindo, ao invés de destruir.

Destruição possui uma sabedoria secular e uma capacidade de raciocínio muito acima do que nós podemos racionalizar. Mesmo sendo um dos mais novos membros da família, é considerado o "grande irmão" por todos. Destruição já não discute mais com sua família. Talvez por isso, viva sempre de mudança.

A descrição oficial da história dos Perpétuos,
foi retirada do site
Sonhar.

- Matheus Pitillo

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